
Você já percebeu que o valor das suas milhas parece diminuir com o tempo? Já encontrou aquela mesma passagem que antes custava 15 mil milhas agora custando 28 mil… ou mais? Pois é. Muito disso tem a ver com inflação e câmbio — fatores econômicos que impactam diretamente quem acumula e usa milhas. Seja para viajar, vender ou trocar por produtos, ignorar esses dois fatores pode custar caro.
Inflação: o “vilão invisível” das milhas
A inflação nada mais é do que o aumento geral dos preços ao longo do tempo.
Ela afeta o mundo real (passagens, taxas, produtos, serviços) — e os programas de milhas acompanham esse aumento.
Exemplo real:
- Em 2018, um voo doméstico podia custar 5.000 milhas.
- Em 2025, o mesmo voo pode custar 12.000 ou até 15.000 milhas.
Por quê? Porque o valor das passagens aumentou em reais, e os programas ajustaram a quantidade de milhas exigidas.
Resultado: o valor de troca das milhas diminui com o tempo, se o programa não oferece correção ou promoções boas o suficiente.
Câmbio: a relação direta com passagens internacionais e programas estrangeiros
O dólar (e o euro) têm um impacto direto nas milhas — mesmo em programas nacionais.
Veja por que:
- A maior parte dos custos operacionais das companhias aéreas é em dólar (combustível, leasing de aeronaves, manutenção)
- Muitos programas de fidelidade são atrelados a companhias internacionais ou alianças globais
- Em passagens internacionais, o valor da tarifa em milhas geralmente acompanha o valor em moeda estrangeira
Quando o dólar sobe…
- Os resgates em milhas para voos internacionais ficam mais caros
- Algumas promoções em parceiros internacionais ficam menos vantajosas
- O custo de manutenção de programas aumenta → possível desvalorização das milhas
Valor real do milheiro sofre impacto direto
Se a inflação e o dólar aumentam, mas você continua acumulando a mesma quantidade de pontos por compra, o valor real do seu milheiro diminui.
Exemplo:
- Se antes 1.000 milhas te davam uma passagem de R$ 35, e agora só conseguem uma de R$ 22, você teve uma perda de valor real.
E os programas de fidelidade? Eles se adaptam…
Para manter a margem de lucro e acompanhar o mercado, os programas ajustam:
- Tabelas de resgate (muitas vezes sem aviso prévio)
- Quantidade de milhas necessárias para voos populares
- Benefícios e regras de uso de milhas
Ou seja, as milhas sofrem “inflação interna” dentro dos próprios programas.
Como se proteger?
Não acumule por acumular
Milhas têm prazo de validade e sofrem desvalorização. Acumule com propósito.
- Use milhas com inteligência
Sempre calcule o valor do resgate: quanto vale aquele milheiro na prática? - Aproveite boas promoções de resgate e transferência
Promoções com 80% de bônus ou descontos de 20–30% nos voos podem compensar o efeito do câmbio e da inflação. - Fique de olho em mudanças de tabela
Acompanhe atualizações nos programas e antecipe resgates estratégicos. - Diversifique
Não aposte tudo em um programa só. Alguns protegem melhor o valor dos pontos que outros — principalmente os estrangeiros com tabela fixa.
Resumindo, a inflação e o câmbio não afetam só seu bolso — afetam também suas milhas, seus resgates e o valor de tudo que você acumulou. Mas com conhecimento e estratégia, você pode transformar essas ameaças em oportunidades. Milhas são uma moeda. E como toda moeda, elas precisam de gestão, planejamento e decisões inteligentes.
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